Estudos do efeito da EMT sobre o consumo de álcool e cocaína

Por Alexandra Thompson
 

As varreduras mostram as áreas do cérebro envolvidas que são ativadas quando um fumante, alcoólatra ou viciado em cocaína pensa em seu vício.
 

Ao mostrar imagens das substâncias das quais dependem, uma região na frente do órgão que está ligada a sensação de prazer é estimulada.
 

Os pesquisadores norte-americanos esperam que essa descoberta leve a tratamentos que “desliguem” as redes nessa parte do cérebro.
 

Terapias não invasivas similares já são usadas na depressão com poucos efeitos colaterais.
 

Partes ativadas no cérebro
A imagem mostra as partes do cérebro que foram ativadas quando os participantes pensaram nas substâncias de seus vícios. À esquerda estão as regiões combinadas para os usuários de cocaína, bebedores compulsivos e fumantes. À direita mostra como as áreas ativadas variam entre diferentes tipos de viciados.
 

Os pesquisadores, da Universidade de Medicina da Carolina do Sul, analisaram um total de 156 usuários crônicos de cocaína, bebedores pesados e fumantes.
 

Enquanto imagens de substâncias que os participantes eram dependentes eram exibidas, suas atividades cerebrais eram monitoradas através de um scanner de ressonância magnética.
 

Estas imagens foram mescladas com imagens “neutras”. Por exemplo, a um fumante foi mostrado uma pessoa segurando um cigarro, seguido por outra segurando um lápis.
 

“Pontos chaves” na região do córtex pré-frontal medial dos cérebros de todos os três tipos diferentes de viciados se ativaram quando viram seu vício.
 

O estudo foi publicado na revista Translational Psychiatry.
 

O córtex pré-frontal medial está associado ao prazer, bem como à tomada de decisões e à memória.
 

Os pesquisadores esperam que um melhor entendimento das redes neurais afetadas pelo vício lhes permita tratar dependências através da estimulação magnética transcraniana não-invasiva.
 

A EMT já é usada para tratar a depressão e funciona usando campos magnéticos para estimular as células nervosas no cérebro que podem ser suprimidas em pessoas com distúrbios mentais.
 

O tratamento é indolor e consiste em encostar uma bobina eletromagnética perto da testa do paciente.
 

Embora geralmente considerados seguros, os pesquisadores advertem que a EMT pode causar dor de cabeça e, em casos raros, até convulsões.
 

regiões ativadas por difeentes tipos de vícios
A varredura mostra as regiões ativadas por diferentes tipos de vícios em ângulos diferentes.
 

Estudos investigando o efeito da EMT sobre o consumo de álcool e cocaína já estão em andamento no MUSC.
 

Os pesquisadores esperam que, após cerca de duas semanas de tratamento, os pacientes mostrem menos ativação no córtex pré-frontal medial.
 

“É um momento muito emocionante estar nesse campo”, disse a autora sênior, Colleen Hanlon.
 

“Temos décadas de pesquisas que demonstraram circuitos neurais específicos envolvidos no uso de drogas, e temos muitas pesquisas clínicas que desenvolveram vários agentes farmacológicos”.
 

“É aí que entra a EMT. Esperamos preencher a lacuna entre os estudos e ajudar nossos pacientes”.
 

Tradução livre e adaptação do texto original em inglês do site Mail Online.
Publicado em 21 de novembro de 2018.